Técnico, a peça mais importante de todas

Quem poderia imaginar, lá pelo meio de Junho, Julho, vendo o Flamengo dirigido pelo Mano Menezes se arrastando em campo no segundo tempo das partidas, levando viradas desmoralizantes, sendo esperado com protestos no aeroporto após os jogos e sendo considerado forte candidato a disputar a segundona em 2014, quem poderia imaginar que esses mesmos jogadores, que muitos consideravam uma mulambada indigna de vestir o manto, estariam agora jogando bom futebol, classificados para a final da Copa do Brasil e recebendo, a cada jogo, o carinho e o apoio de mais de 50.000 torcedores que esgotam os ingressos que são postos à venda e que fazem adesão maciça ao programa Sócio Torcedor?
No dia de ontem, ultrapassamos os gambás. Fla 46871 x 45101 Corinthians.
Vamos agora na perseguição ao Santos com os seus 53637.
Quem poderia imaginar que aquele time, comandado pelo Pastor Jorginho, que perdeu de forma bisonha para o Náutico (hoje já matematicamente rebaixado), que fazia os torcedores tremerem de medo a cada escanteio, a cada saída de bola para o ataque, que não conseguia criar nenhuma oportunidade de gol, quem poderia supor que esse mesmo elenco estaria hoje nos braços do torcedor?
Creio que nem o mais otimista dos torcedores poderia adivinhar isso.
E qual é o segredo? Se o elenco é o mesmo, o que mudou, como foi possível essa transformação espetacular se não contratamos o Kaká, nem o Robinho, nem o Messi. O que ocorreu?
1 - Léo Moura era considerado acabado, craque em final de carreira sem condições físicas para aguentar a sequencia de jogos. Léo, hoje, com uma preparação física especial e diferenciada para a sua idade, voltou a mostrar o seu talento e tem dado piques de longa distância até nos finais das partidas. Num desses saiu o gol de desempate contra o Bahia.
2 - Wallace, o homem bomba, era considerado o sucessor do Wellington, um trapalhão, veio lá dos gambás. Ninguém gostava ou confiava nele. Hoje, titular absoluto, passa pela melhor fase da sua carreira. Vai ao ataque com personalidade e se transformou numa muralha defensiva. Gonzalez vai ter que suar para reaver a posição.
3 - Amaral tem sido fundamental na marcação à frente dos zagueiros. Não dispõe de técnica apurada, mas é um marcador implacável. Dá muita segurança ao setor defensivo.
4 - Hernane chegou a ser envolvido numa transação para ir para o Avaí. Não topou e ficou. Hoje é xodó da torcida, artilheiro do novo Maracanã, recordista de gols em uma temporada no século 21.
5 - Paulinho veio no lote dos caipiras do interior de São Paulo. Tem muita velocidade, é driblador e difícil de ser marcado. Lá no Serra Dourada, deu uma caneta desmoralizante no zagueiro do Goiás e abriu o placar.
Esses são os casos de recuperação que me chamam mais a atenção, mas o grupo todo está muito bem. Chicão, Luiz Antônio, Elias, André Santos, Paulo Vitor e Felipe.
O grupo está unido, compacto em campo, confiante.
O sistema defensivo está forte, o ataque sai em velocidade. No último jogo, no lance do 1°gol, no melhor estilo tique taque, foram trocados 13 passes até a conclusão do Brocador.
Quem conseguiu o milagre foi o Jaime. Deu força ao grupo e não ficou fazendo experiências a cada jogo. Definiu um time titular e o manteve, fez lembrar o Saldanha quando foi técnico da seleção. Na primeira entrevista perguntaram se ele já tinha em mente os jogadores que ia convocar. Ele puxou do bolso a relação. Além dos convocados, ele já tinha os 11 titulares e cantou: Felix, Carlos Alberto, Brito, Joel, Clodoaldo, Gerson ...............
Além disso, Jaime é uma pessoa confiável, simples, que deve ser fácil de conviver e de conversar. Não é um Luxa da vida, um Felipão. Esse é o caminho. Estou prevendo que a era desses técnicos medalhões e espertalhões está chegando ao fim. Ninguém mais aguenta a empáfia, a arrogância desses caras. Eles se acham o máximo mas são, na sua grande maioria, uns rola bostas.

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