Lei de meios

Se o Fernando Henrique é contra, devemos ficar atentos porque é muito provável que seja algo positivo, justo, progressista, correto.
Refiro-me à Lei de Meios, da Argentina.
Na sua coluna no Estadão, o canalhão mandou essa:
As notícias da semana que terminou não foram auspiciosas, nem no plano internacional nem no local. Uma decisão da Corte Suprema da Argentina, sob forte pressão do governo, sancionou uma lei que regula a concessão de meios de comunicação. Em tese, nada de extraordinário haveria em fazê-lo. No caso, entretanto, trata-se de medida tomada especificamente contra o grupo que controla o jornal El Clarín, ferrenho adversário do kirchnerismo. Cerceou um grupo de comunicação opositor ao governo sob pretexto de assegurar pluralidade nas normas de concessão.
O grupo Clarin parece ser uma espécie de Globo da Argentina.
A Lei foi aprovada em 2009 pelo Congresso, mas o Clarin, através de manobras jurídicas, conseguiu ir enrolando até agora.
A Corte Suprema declarou constitucionais todos os artigos da Lei.
Na prática, acaba com os monopólios do setor e o Grupo Clarin vai ter que se adequar ao que manda a Lei. Há suspeitas de que os filhos da empresária Ernestina de Noble, dona do jornal, teriam sido adotados ilegalmente e seriam filhos de desaparecidos políticos, prática que foi muito usada durante a ditadura. 
Opinião contrária ao imortal FHC teve a ONG Repórteres Sem Fronteiras, que viu como positiva a resolução da Corte Suprema.
"Consideramos que a aplicação desta legislação constituirá um grande passo a favor do pluralismo na Argentina e na região".    
Seria muito bom se algo similar fosse implementado aqui no Brasil. O Grupo Globo é um mal para a sociedade brasileira, sua influência, exercida através das novelas de gosto duvidoso, do Fantástico, do noticiário sempre tendencioso e da manutenção de articulistas declaradamente de extrema direita (Merval imortal, Jabor, William Waak, Alexandre Garcia, a turma toda do Manhatan Conexion) e os convidados consultores do tipo Demétrio Magnoli, Pondé, Olavo Carvalho e tantos outros, molda um padrão de opiniões altamente elitista e retrógrado na cabeça dessa galera que não tem senso crítico e que acaba não tendo acesso a outro tipo de opinião.
Devemos lembrar que essa influência é ainda mais perniciosa junto aos jovens que recebem um verdadeiro massacre com os BBBs, malhação, Xuxa, desenhos animados imbecis, Zorra total e Faustão.
Após cobertura tendenciosa feita pelo Globo na greve dos professores, surgiram boatos de boicotes ao jornal através de cancelamento em massa de assinaturas e da venda em bancas.
O domínio da Globo é tão intenso que até o Futebol tem que se adequar aos seus desígnios. O jogo só começa quando a novela acaba e os programas que noticiam os esportes, o fazem daquela forma pasteurizada, light, engraçadinha, edulcorada e que foi apropriadamente chamada pelo Juca Kfoury de Leifertização do esporte, referindo-se ao modo do apresentador Tiago Leifert fazer o programa.  

A Globo decidiu a eleição presidencial de 1989 quando editou de forma canalha e criminosa o último debate dos presidenciáveis Lula e Collor. Havia um empate técnico entre eles e qualquer empurrão podia decidir para um lado ou para o outro. A Globo queria o Collor, editou o debate de forma amplamente favorável ao Collor e o apresentou no dia seguinte nos seus telejornais. Foi vergonhoso.
Essa influência global na vida dos brasileiros me faz lembrar do Arlindo, grande figura, já falecido, motorista da Embratel em Tanguá e morador de Itaboraí. Ele falou que quando chegava da Embratel, tomava uma cerveja, um banho, jantava, assistia a novela com a familia, metia a piroca na mulher e ia dormir. Essa história fez grande sucesso em Tanguá e, quando pegávamos o ônibus para ir embora,  alguém sempre perguntava: ô Arlindo, o que que você vai fazer quando chegar em casa hoje?

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A floresta da Nanda Costa

O lado B do futebol carioca