Futebol no Brasil

Assim como nas estradas, onde os grandes consorcios de empresas de engenharia não quiseram mais ficar limitados apenas à construção das estradas mas explorar tambem a cobrança de pedagio, no futebol, as grandes construtoras das novas arenas da Copa estão entrando tambem na administração e exploração do "negocio do futebol".
É visivel a elitização nas novas arenas construidas. Nenhuma delas reservou areas para o publico de baixa renda, a "geral" foi eliminada e era lá que era possivel assistir um jogo pagando R$ 5,00 e militares fardados não pagavam. Há um processo de "higienização" acontecendo e azar de quem não puder pagar.
Um cachorro quente custava R$ 8,00 nos jogos da Copa das Confederações.
No jogo do Flamengo hoje em Brasilia, contra o Coritiba, o ingresso mais barato vai custar R$ 80,00 !!!
Na decada de 80, acompanhando o Flamengo no Maracanã, via cerca de 8 jogos por mes. Aos preços de hoje isso me custaria R$ 640,00, só de ingresso, sem contar outros gastos eventuais como estacionamento, lanche, chopinho e etc.
Com o Engenhão interditado, o Flamengo tentou colocar o classico com o Vasco no Maracanã, mas acabou desistindo ao saber que 65% da renda ficaria para o consorcio da Odebrecht/Eike Batista. Vai jogar o classico lá em Brasilia tambem.
É claro que uma estrutura como essa não fica em pé, o rumo que o futebol está tomando aponta para mudanças inevitaveis. Não vai poder ser assim, não há condições disso continuar, algo vai ter que acontecer.
Houve um incendio de grandes proporções no ginasio do Flamengo. Depois de varios meses de tratativas com a seguradora, saiu enfim o dinheiro do seguro: cerca de R$ 650.000,00. Olha a desproporção das coisas, esse valor, se fosse usado para pagamento de salarios de jogadores seria suficiente para apenas 1 mes do Vagner Love ou do apático Carlos Eduardo.
É inviavel, os clubes que são os verdadeiros donos do espetaculo estão falidos. Alguns tentam, como o Flamengo está fazendo agora, não deixar acontecer debitos vencidos, honrar compromissos assumidos, implantar gerencia responsavel, gastar menos do que arrecada, mas encontram grandes obstaculos e uma pressão enorme de todos os lados por contratações de nomes consagrados.
A força do futebol é muito grande, a nova camisa do Flamengo, feita pela Adidas, já superou a marca de 250.000 vendidas. É muita coisa, mas nunca é suficiente.
Vejo agora que Robinho, querendo retornar ao Santos, aceita reduzir seu salario para R$ 1milhão. Quem pode pagar isso? Algum jogador, por melhor que seja, vale um salario desses?
Estamos no limiar de um mudança significativa. Há possibidade tambem do povo se enojar com tudo isso e começar a perder o entusiasmo com o futebol. Nesse caso teriam, enfim, conseguido matar o futebol brasileiro.

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