O poeta faria 100 anos!!
No último sábado, 19/10, se fosse vivo, Vinicius de Moraes completaria 100 anos !!
De uma obra tão extensa e de tão alta qualidade, é difícil destacar o que eu gosto mais. Ele mesmo dizia que não era 1 só, era muitos. Se fosse 1 só se chamaria Vinicio de Moral.
Os mais jovens talvez conheçam mais a sua parceria com o Toquinho e a sua incursão no universo infantil com os discos Arca de Noé e Casa de Brinquedos.
Mais Vincius foi muito mais que isso. Sua parceria com o Tom e depois, com o Baden, são os pontos mais altos da sua trajetória musical.
Numa época em que a tônica das letras no Brasil era falar de dor de cotovelo, de duvidas amorosas, de amores impossiveis, ele chegava otimista, afirmativo "eu sei que vou te amar, por toda a minha vida eu vou te amar.." ou, "pois há menos peixinhos a nadar no mar do que os beijinhos que darei na sua boca". Nunca tinham escrito letras assim.
Contra as fofocas, ele dizia, "deixa, deixa quem quiser falar meu bem, deixa".
Com o Tom ele fez "a felicidade", uma jóia.
"a felicidade é como a pluma
que o vento vai levando pelo ar
voa tão leve, mas tem a vida breve
precisa que haja vento sem parar"
E também "Se todos fossem iguais a você"
"Se todos fossem iguais a você
Que maravilha viver"
Vinicius era apaixonado pela vida e pelas mulheres. Era generoso, desprendido, depois das separações (e foram 9 casamentos), levava só a escova de dente. Não estaria à vontade nesse Brasil de hoje de ostentação e aparências.
Brilhou também na Literatura.
Operário em construção
..................................
Mas ele desconhecia
Esse fato extraordinário:
Que o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.
De forma que, certo dia
À mesa, ao cortar o pão
O operário foi tomado
De uma súbita emoção
Ao constatar assombrado
Que tudo naquela mesa
- Garrafa, prato, facão -
Era ele quem os fazia
Ele, um humilde operário,
Um operário em construção.
......................................... Meu preferido é o soneto de fidelidade:
De uma obra tão extensa e de tão alta qualidade, é difícil destacar o que eu gosto mais. Ele mesmo dizia que não era 1 só, era muitos. Se fosse 1 só se chamaria Vinicio de Moral.
Os mais jovens talvez conheçam mais a sua parceria com o Toquinho e a sua incursão no universo infantil com os discos Arca de Noé e Casa de Brinquedos.
Mais Vincius foi muito mais que isso. Sua parceria com o Tom e depois, com o Baden, são os pontos mais altos da sua trajetória musical.
Numa época em que a tônica das letras no Brasil era falar de dor de cotovelo, de duvidas amorosas, de amores impossiveis, ele chegava otimista, afirmativo "eu sei que vou te amar, por toda a minha vida eu vou te amar.." ou, "pois há menos peixinhos a nadar no mar do que os beijinhos que darei na sua boca". Nunca tinham escrito letras assim.
Contra as fofocas, ele dizia, "deixa, deixa quem quiser falar meu bem, deixa".
Com o Tom ele fez "a felicidade", uma jóia.
"a felicidade é como a pluma
que o vento vai levando pelo ar
voa tão leve, mas tem a vida breve
precisa que haja vento sem parar"
E também "Se todos fossem iguais a você"
"Se todos fossem iguais a você
Que maravilha viver"
Vinicius era apaixonado pela vida e pelas mulheres. Era generoso, desprendido, depois das separações (e foram 9 casamentos), levava só a escova de dente. Não estaria à vontade nesse Brasil de hoje de ostentação e aparências.
Brilhou também na Literatura.
Operário em construção
..................................
Mas ele desconhecia
Esse fato extraordinário:
Que o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.
De forma que, certo dia
À mesa, ao cortar o pão
O operário foi tomado
De uma súbita emoção
Ao constatar assombrado
Que tudo naquela mesa
- Garrafa, prato, facão -
Era ele quem os fazia
Ele, um humilde operário,
Um operário em construção.
......................................... Meu preferido é o soneto de fidelidade:
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
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