O protesto na Praça Trafalgar


Para variar, quase passou em branco na midia brasileira, mas no sabado passado, mais de 2000 pessoas se reuniram na Praça Trafalgar para protestar contra o legado da "Dama de Ferro".
Foram 11 anos de politicas neoliberais, corte de subsidios, demissões e aumento de impostos. Durante sua gestão, entre 1979 e 1990, Thatcher privatizou indústrias, cortou drasticamente os gastos públicos, desmantelou partes importantes do Estado de bem-estar, reduziu impostos e enfraqueceu os sindicatos. 

"Que não se destine dinheiro público a funerais pomposos" era um das frases que podiam ser lidas nos cartazes feitos pelos manifestantes. "The bitch is dead" era outra. Alguns chegavam com camisetas com a letra da   canção que Judy garland cantou no Magico de OZ, "ding, dong". 

Uma marionete tambem apareceu e criticas a amizade dela com Henry Kissinger e o neo nazista Pinochet não faltaram. 
Interessante é que esse protesto foi convocado há quase 10 anos. O grupo Class War, em 2004, resolveu organizar uma festa em Londres no primeiro sabado após a morte da bruxa.
A convocação se alastrou pelas redes sociais e a Praça Trafalgar foi escolhida porque foi nela que ocorreram os protestos mais violentos contra o imposto "poll tax", uma das inumeras putarias que ela armou.


Antigos mineiros de carvão que participaram da greve nos anos 80 se uniram a ativistas de extrema esquerda e a estudantes.O clima era de carnaval na Trafalgar Square, com gente de todas as idades dançando, tocando instrumentos de percussão e fazendo barulho com apitos e buzinas.
David Douglass, um ex-mineiro e membro da União Nacional de Mineradores de Yorkshire, disse que ficou “muito feliz” ao saber da morte de Thatcher. Foi uma “mulher horrível” e “estamos absolutamente furiosos pela imagem que a TV passou de que todo o país está de luto”.
Até no futebol houve protestos. Torcedores do Liverpool, aquele mesmo que perdeu em 81 para o Flamengo por 3 x 0, exibiram cartazes durante a partida da Premier League contra o Reading (0-0) e cantaram “Maggie está morta, morta, morta”.
Todo politico filho da puta deveria ter um protesto postumo como esse. Imagina aqui no Brasil quantos já não poderiam ter sido feitos.
Hoje é o funeral. Um evento grandioso foi montado, muito dinheiro foi gasto, pessoas do mundo inteiro foram convidadas.
A midia no Brasil é uma vergonha. O funeral vai ser noticiado, talvez até transmitido ao vivo, mas os protestos não são divulgados e hoje, no Funeral, vai ter protesto. Com certeza.




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